domingo, 11 de julho de 2010

A verdade por trás da final da Copa

Acaba de se encerrar mais uma Copa do Mundo. Na final, dois times tinham uma sina a quebrar, a de nunca terem sido campeões. Esta sina foi quebrada pela Espanha. O jogo foi marcado pelo nervosismo e visível medo dos jogadores de ambos os times. Ninguém conseguia aproveitar as oportunidades que apareciam. No fim, Iniesta conseguiu vencer o medo e entrar para a história da sua nação. Nada mais justo do que um dos craques do time fazer o gol do título. Imagine só alguém como o Capdevilla sendo endeusado nas ruas de Sevilla, Madrid, Barcelona, Mallorca? Não, isso não podia acontecer. Melhor ter sido o Iniesta.

Dito isto, abro aqui a minha torcida. Eu torci ferrenhamente para a Holanda. Gosto muito dos seus jogadores e o futebol que desde épocas passadas encanta, com jogadores como Cruyff, Van Basten, Neeskens, Gullit e Bergkamp. Então, como um dos apoiadores da Laranja Mecânica, direi aqui o porque da Holanda ter perdido. E acredito que muitos irão ficar surpresos, dado o equilíbrio do jogo e principalmente dada a minha explicação.

Os holandeses não perderam por causa da Jabulani. Não perderam por causa da arbitragem, embora esta tenha sido outra vez tão ruim como uma orquestra de vuvuzelas. Não, este jogo foi decidido em um patamar superior. E foi decidido muito antes do jogo. Muito antes de o juiz apitar. Dias antes. Como um jogo tão equilibrado pode ter sido decidido tanto tempo antes assim, você deve estar se perguntando.

Este jogo foi decidido no fator exotérico. Em forças superiores, nas forças do além.

Não, não estou falando do Pastor Metralhadora(em caso de você não o conhecer, favor procurar no Youtube com urgência).
Estou falando dos dois principais símbolos místicos da Copa do Mundo: o Polvo Paul e Mick Jagger. Sim, os símbolos sacerdotes da Copa. Polvo Paul, a visão da glória, e Mick Jagger, o espectro da tragédia. Mas como esses dois poderiam ter decidido uma Copa? A explicação é muitos simples e cristalina como as águas do Guaíba. Ok, não do Guaíba, mas foram as águas mais limpas que me vieram à mente, as outras que eu pensei foram o Golfo do México(a.k.a Mar Morto II), e o Tietê(a.k.a MNM, o Maior Nescau do Mundo).

Enfim, continuando. Dias antes da Copa, o Polvo Paul(sim ,Polvo Paul) em toda a Sua onipresença, profetizou que a Espanha se consagraria campeã. Ao mesmo tempo que o Polvo deu o seu veredito, Mick Jagger, o Vodu Inglês, não foi ao estádio para apoiar sua seleção favorita, a Espanha. Será que ele foi proibido de comparecer ao palco da final, ou simplesmente sumiu? Seja qual for a razão, o fato é que isso gerou um desequilíbrio terrível nas forças místicas. Assim, a Espanha não sofreu o contraponto exotérico à previsão do Polvo, e acabou inevitavelmente vencendo a partida. A disputa foi sofrida apenas pelo fato de Mick Jagger com certeza estar com uma camisa da Espanha na hora do jogo, mas seus poderes foram diminuídos pela sua ausência no estádio.

A Holanda foi injustiçada. Se Mick Jagger estivesse presente, tudo seria diferente. E
m uma Copa de tamanho equilíbrio técnico entre os times, o desequilíbrio místico foi o que decidiu.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Malandragem européia


Eu sou um cara de sorte. Nunca, em meus 17 anos de vida, fui assaltado aqui no Brasil. Eu não sei o porque, talvez eu passe a impressão de uma pessoa miserável. O fato é que nunca sequer tentaram me assaltar aqui no "país tropical, abençoado por Deus, e lindo por natureza, que beleza", como diria Jorge Ben Jor. Mas já fiz uma viagem para fora do país. Já fui à Europa. "Hummm, que chique", você deve estar pensando. Aqui paro para uma pergunta: porque diabos tudo que vem de fora do Brasil é chique? Aposto que se eu comprasse, digamos, um fertilizante do Uruguai, ele seria mais valorizado do que um brasileiro. Mas no final é tudo a mesma merda.

Enfim, continuando com a história. Em um país onde a violência é constante, nunca fui assaltado. Mas na Inglaterra, onde praticamente não existe violência, tentaram me assaltar. Vou contar como foi. A minha irmã morava lá há alguns anos atrás. Eu e os meus pais fomos visitá-la, e fazer uma viagem que serviria de experiência de vida. Eu, até então, com 12 anos, um garoto inocente e juvenil, nunca tinha sido exposto à violência que tanto se fala na minha pátria-mãe.

Estávamos passeando pelas ruas de Londres. Minha irmã tinha ido trabalhar e nos deixado para aproveitar as ruas. Eu agia de tradutor dos meus pais, que mostravam fascínio pela nova experiência. Eu, não menos fascinado, ia explicando para eles as coisas que os vendedores nos diziam. E claro, os vendedores se desiludiam. Pois eu falava para eles expressões típicas do brasileiro, como "não não, estamos apenas olhando, obrigado." Eles logo que ouviam isso ficavam tão desgostosos quanto algum torcedor que vê o Mick Jagger com a camisa de sua seleção.

Depois de um tempo, nossa irmã voltou. E então decidimos voltar para a casa dela. Enquanto subíamos no ônibus, eis que um sujeito maltrapilho pretende subir junto e começa a puxar a bolsa da minha irmã. Ela, assustada, grita com o homem. O diálogo que se estendeu foi o seguinte:

-Are you trying to steal my purse?(Você está tentando roubar a minha bolsa?)

-Yes.(tradução desnecessária)

Tá aí um ladrão honesto, europeu é outra cultura. Meu pai então esbravejou:

-Tu é um estúpido?

Obviamente o sujeito não entendeu e achou que meu pai estava xingando ele, e tinha toda a razão. Então, a minha mãe me empurrou para dentro do ônibus, o meu pai deu um soco na nuca do ladrão inglês, e nós subimos. O motorista, ao invés de fechar logo as portas e partir, ficou ainda mais um tempo ali. Meu pai teve que dar um "pedalaço nos peito" do trombadinha quando este tentou subir novamente, para que enfim ele saísse do estado vegetativo onde provavelmente se encontrava fechasse a porta para podermos sair dali.

Depois disso, descemos em uma parada perto da casa da minha irmã e fomos caminhando. Meus pais e ela foram conversando e rindo, eu estava reflexivo. Então assim era a malandragem das ruas. Eu, jovem que sou, só havia falado nas televisões brasileiras. E pensar que seria na Inglaterra que eu iria presenciar a primeira tentativa de assalto da minha vida. Que ironia, não é mesmo?
Um inglês que me mostrou o jeitinho brasileiro.

Hoje em dia, se me perguntarem como foi a minha experiência no Velho Continente, eu diria que foi algo maravilhoso e único. Mas faria uma ressalva. Há de se tomar cuidado com a malandragem européia. Os caras são barra pesada.