quarta-feira, 23 de junho de 2010

Malditas vuvuzelas


Estamos com a Copa do Mundo em andamento. Milhares de olhares voltados para a África do Sul. A festa das nações. Insira qualquer outro clichê de sua preferência aqui, mas o fato é esse: a Copa do Mundo atrai a atenção de todos. E obviamente um evento como a Copa acaba lançando modas. Modas nem sempre muito legais. Nem sempre as mais desejáveis. Mas o principal modismo desta copa é o mais irritante possível. São as inconvenientes, irritantes, desprezíveis, esdrúxulas, malditas vuvuzelas. Sim, cinco adjetivos para expressar o meu ódio por estas cornetas plásticas do inferno.

Nas ruas, pessoas sopram essas cornetas vivamente sem parar, achando certamente que estão produzindo um som agradável. Não entendo como alguém pode gostar do som produzido por esta imitação de instrumento musical. Um som que se assemelha a um enxame de abelhas não pode ser classificado como música. Entretanto, as pessoas continuam tocando vuvuzela, cientes do barulho insuportável que causam.

Porque não são as modas boas as que pegam? Porque não vejo por aí decotes à la Larissa Riquelme? Porque não encontro a Larissa Riquelme na rua? Não, nada de Larissa, somente vuvuzela. Até compreendo não ver mais camisas da Seleção pelas ruas entre outros adereços, pois todos sabemos que quando acaba a Copa do Mundo, acaba também o patriotismo. Mas então porque as vuvuzelas continuam? Será a vuvuzela a nova sensação musical de gosto duvidoso? Será que teremos o "Funk da Vuvuzela" em um futuro próximo?

Uma coisa é certa. É como um amigo meu me disse certa vez. Vuvuzela é que nem punheta, só gosta quem toca.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Porque eu não bebo




Se você acompanha meu blog desde o começo, já deve saber que eu não bebo. Não bebo, não fumo e não uso drogas. O fato de eu náo fumar e não usar drogas está ligado a uma questão de saúde. O de não beber também. Mas nem tanto. Há algumas razões provenientes do meu passado que explicam o que levou à minha escolha. Traumas tão profundos que certamente contribuiram para que eu tomasse a decisão de nunca mais levar uma gota etílica à boca. Irei contá-los aqui as histórias que me fizeram abandonar o consumo alcoólico.

Eu já fiquei bêbado uma vez na minha vida. Apenas uma. E essa experiência foi uma das mais tristes da minha existência. Eu era apenas um garoto, tinha perto dos 9 anos de idade. Época em que eu era fanático por desenhos animados. Tínhamos TV a cabo aqui em casa e eu sempre passava as tardes vendo os seriados japoneses que mais tarde seriam a base de todo o meu conhecimento sobre as leis da vida.

Um dia, fui tomar um gole d'água. Peguei a garrafa, servi-me em um copo grande e entornei o copo de uma vez só. Só depois fui descobrir que o que havia naquela garrafa não era água. Era cachaça mesmo. Eu entornei em um gole o equivalente a cinco martelinhos de cana. Não preciso nem dizer que fiquei bêbado. O que segue agora é um relato da minha mãe, pois óbviamente não me lembro de nada. Contou-me ela que logo após eu entrar no meu "eu etílico" Dirigi-me até o quarto, liguei a televisão com muito custo e fui olhar meus canais de desenhos, deitado na cama. E dormi o dia todo. Quando acordei, todos já haviam acabado. Inclusive o último episódio de Super Campeões, que eu havia esperado a semana toda para ver. Chorei como um eliminado do Big Brother. No meu primeiro e único contato com a bebida, ela arruina meus sonhos infantis.

Porém, a outra história, e a mais crucial de todas começa com o meu ancestral mais próximo, o meu pai. Meu pai é um bebedor inveterado, amante dos destilados. Meu pai bebia. Agora não bebe mais tanto por causa da diabetes. Mas meu pai bebia muito. E algumas vezes, ficava bêbado. Meu pai é um sujeito na maioria das vezes sério, mas com um talento de soltar comentários engraçados nos momentos mais oportunos. Porém, quando bebe, sua personalidade se transforma. Vira uma pessoa alegre, descontraída. E principalmente, muito inconveniente.

Tão inconveniente que, uma vez, em uma festa comemorando o aniversário de um amigo, meu pai exagerou na bebida. E exagerou. E exagerou mais um pouco. Eu, pequeno aos meus 7 anos, estava lá dentro da casa desse amigo dos meus pais, brincando com os meus primos, quando decidimos sair para pedir para nossas mães um suco ou alguma coisa, pois estávamos com sede. O que vimos a seguir foi um espetáculo do caos. Todos os adultos da casa estavam completamente loucos. Mas meu pai chamava a atenção. No meio do círculo de bêbados ele se destacava. Meu pai, gordo, em cima de uma mesa. O som que tocava era a Macarena. Sério, a Macarena. E ele dançava a Macarena. Em cima da mesa. E quando eu cheguei para perto dele, e perguntei "Pai, porque tu tá fazendo isso?" ele me respondeu algo que eu nunca vou esquecer:

-É que o pai tá bêbado, meu filho.

Sim, ele disse exatamente estas palavras. "O pai tá bêbado, meu filho."
Ele certamente se esqueceu do que proferiu, mas eu carrego isso comigo até hoje. Esta única frase me causou três traumas. O primeiro foi imediato. Eu não sabia na época o que era "estar bêbado", então era óbvio que assim que vi meu sério pai dançando uma Macarena em cima da cadeira eu não queria nem saber o que era, só queria evitar que acontecesse comigo o que vi naquele dia. Após aquele incidente, eu tinha medo de ficar bêbado de uma hora para a outra.

O segundo trauma foi tardio. Foi quando eu aprendi o que era "estar bêbado", e no que isso implicava. Quando descobri que as bebidas alcoólicas causavam o estado alterado, eu passei a ter medo de comerciais de cerveja. Quando eu via uma garrafa de Kaizer, ou Skol, ou qualquer outra marca de cerveja, eu saía correndo da sala. Um medo somente comparado ao que eu sentia quando o Enéas aparecia no horário político.

O terceiro foi recente. Quando eu passei a conhecer o "universo dos bêbados", eu entendi algumas coisas.
Entre elas, o fato de que um bêbado nunca admite que está bêbado, e se sente ultrajado quando o chamam de bêbado. E isso é um fato. Nenhum deles nunca admitiu. Apenas o meu pai. E apenas naquele dia também, porque em outros dias em que ficou bêbado, nunca mais admitiu estar em estado etílico. Então, por que que naquela vez enquanto eu era novo ele resolveu "revelar" para mim que estava bêbado? Por que ele admitiu? Como eu poderia provar ao mundo que eu havia visto um bêbado admitir que estava bêbado? Este ciclo infinito me causou o trauma mais profundo de todos. A partir daquele dia, decidi que não iria beber.

Não quero que meus filhos um dia me vejam dançando em cima da mesa de jantar, e quando perguntarem o porquê de eu estar fazendo tamanha bizarrice, eu responder com o mais puro dos sorrisos:

-
É que o pai tá bêbado, meu filho.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Poemas...

Os poemas, realmente
São muito fáceis de se fazer
Basta que digas o que sente,
Se souber bem o que dizer.

Se não souberes bem o que dizer
Não é necessário tristeza
Basta que exaltes algo
De extrema beleza

Ora, poemas são tão somente
Canções sem o som
Mas, tirando os instrumentos e a voz de gente
O que mais sobra de bom?

Rimar não é assim tão difícil
Difícil é colocar sentido
E já que nos poemas sentido nem sempre é visível
Só resta o som rimado no meu ouvido.

Ora, alguns nem mesmo rima levam
Eu me pergunto: "Qual é a diversão?"
Porque perderia tempo com isso
Se ouvir uma música tem muito mais emoção?

Poemas são superestimados
Até eu, bruto, os faço.
Só preciso de um tema qualquer
E, naturalmente, os meus braços.

Encerro este poema
Assim provando que qualquer um pode o fazer
É só ter um assunto
E saber como dizer.

Sim, repeti o primeiro verso
Não por me faltarem ideias
Me falta é vergonha na cara
De criticar uma das minhas plateias.

Muito bem, já estou me alongando
Por isso, vou aqui encerrar
Espero ter provado o meu ponto
Se não, vá se catar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Festas...


Se você leu todos os textos até aqui, já deve saber que não gosto de festas. Acho que há no mínimo, muito marketing em torno das mesmas. Essa forma de entretenimento parece ser quase que uma unanimidade na sociedade. Não importa o seu estilo, sua cultura, sempre haverá uma festa específica para você. Que no final das contas é igual as outras, só mudando o estilo de musica e de moda das pessoas, de acordo com o tipo que escolher. Vou aqui fazer uso desse espaço e explicar os fatores que me levam a considerar festas como, no mínimo, lugares de auto-degradação.

Ah, neste post não tenho a menor intenção de ser engraçado, apenas de colocar alguns pontos que acho relevantes a respeito. Se você lê o que posto aqui por que acha meu senso de humor doente "engraçado", sinto em desapontá-lo. Talvez você dê algumas risadinhas, pois não consigo evitar em fazer algumas piadas, mas essa não é a premissa deste texto. Este é um texto que tem a pretensão de ser um argumento sério. Algo com certeza raro da minha parte. Então, deixe me citá-los as razões por não gostar de festas:

->Primeiramente, eu não danço. Não tenho malemolência suficiente. Coloco a responsabilidade desse defeito em minha herança germânica. Os alemães não são exatamente o povo mais gingado do mundo. Alguém aqui se lembra de um cantor ou dançarino alemão? No máximo lembraremos de alguns filósofos, Hitler e Schumacher. Nenhum deles conhecido por seu molejo. Talvez Hitler tenha balançado alguns esqueletos, mas só.

-> Segundo, eu não bebo. E aqui vale uma contestação: qual é a graça que pessoas enxergam em ficarem bêbadas? Sinceramente, não acho interessante eu fazer coisas como dançar o chá-chá-chá seminu em cima de uma mesa, acordar do lado de uma mulher cujo rosto parece o de um cão da raça pug, ou ainda confessar todas aquelas coisas que você certamente não diria se estivesse são, como por exemplo o seu afeto por um colega de trabalho.

->Terceiro, não gosto de aglomeração de pessoas. Ou por acaso alguém aqui gosta de ficar espremido entre centenas de pessoas, a maioria cheirando mal, só para ver um show, ou ficar na "pista de dança". Sem falar que os itens 1 e 2 aumentam a sua humilhação se acompanhados do terceiro.

Ah, claro que você pode alegar que em uma festa há a "caça", a "curtição", entre outras coisas. Mas a mim não parece que um lugar onde existe muita gente junta, bebendo, dançando e suando seja o melhor lugar para se conhecer alguém. Ou também o fato de que todos querem se aliviar da carga semanal. Mas como dançar freneticamente, vomitar e ficar durante horas espremido entre centenas ou milhares de pessoas é uma forma de livrar-se do stress? Pode também me dizer, como aliás já vi muita gente dizendo: "Ah, eu não danço", "Eu também não fico bêbada", "Eu fico só no meu canto", ou ainda "Não vou pra ficar com ninguém". Para que você vai em uma festa então? Essas são as únicas razões de se ir à uma festa. Se há outra, me avisem porque não descobri.

Enfim, encerro este longo e sofrível desabafo com uma última constatação: festas só são o que são por causa de seu status na sociedade. Pois não há mais nada que explique a preferência por elas em razão de outras formas de entretenimento. E também gostaria de frisar que não sou contra pessoas que dançam, bebem, ou se aglomeram. Não tenho absolutamente nada contra a dança, e apenas acho que beber ou se juntar com muitas pessoas em pouco espaço não é uma boa forma de passar o tempo.

Se alguém me explicar o porquê de festas serem tão divertidas, ficarei eternamente grato.